quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu te amo

A vida é um crime. Criminalizam nossos atos. Criminalizam nossas funções, criminalizam nosso lazer e até nossos sorrisos.
O fato é que podemos muito pouco, quase nada... 
Nos permitem ter pouco, sentir pouco, dançar pouco, viver pouco. O trabalho também é pouco, mas quem trabalha trabalha muito, no entanto, é verdade que recebe pouco. 

Mas deve-se agradecer sempre!

Enquanto nos proíbem cada vez mais, grandes veículos de metal com grandes rodas são permitidos nas estreitas avenidas de meu país. O grande veículo que suporta cinco, carrega um e polui por muitos é incentivado pelo governo do estado e pelo estado de espírito dos estados do meu país.
Não que eu me importe com o mundo, o mundo seguirá conosco ou sem nós. Mas e nós? Até que ponto seguiremos assim?

Ah! Que cada um cuide de seus direitos, você pode dizer. Que recorra a constituição de 1988, a qualquer artigo ou inciso que lhe valha uma vitória. Que recorram ao raio que os parta se for preciso eu não tenho nada com isso!

Mas como? Eu perguntaria. Mal sabemos ler...

E lendo tão pouco compreendemos tanto da fome, da dor e da alegria de se fazer viver!
E com tão poucos dentes sorrimos mais do que você, expondo nossas gengivas em largos sorrisos comoventes.

Mas nossas gengivas te incomodam me parece.

Criar condições para manter os dentes do homem? Não, você me diz... Sua ideia é muito melhor: 

Criemos uma lei que o impeça de sorrir. 
Criemos uma lei que o impeça de ter motivos para sorrir, mostrar suas gengivas detestáveis, e sua barba por fazer. 

Criemos uma lei que o proíba de dizer eu te amo.

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