terça-feira, 20 de março de 2012

Primeira Poesia

Tantos medos vis e vilezas vans que fui varrido para debaixo do tapete da memória de meus ex-amigos. E fui varrendo para debaixo do tapete da memória meus ex-amores.

Tantas metáforas bobas e mal entendidos comoventes, comoventes frases ditas que emudeceram os meus sentidos e enumeraram uma série de sentimentos que me foram entregues embrulhados para presente no presente momento em que seu sorriso me pariu. Nasci nos seus lábios, na brancura dos seus dentes. Foi ai que te amei pela primeira vez.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Fui corrompido pelos meus amores antigos. Dobrei a esquina com as chaves no bolso e a certeza que entraria sem alarde, mas os cachorros estavam soltos e latiram sem parar. Faziam um barulho infernal. Cães, britadeiras, automóveis, aviões e um apito de trem... Não dos que partem com o amor de nossa vida, mas do trem que anuncia o choque iminente com a criança sobre os trilhos. Era assim que me sentia: A qualquer momento um trem levaria a criança de mim, a qualquer momento teria sobre mim os olhos esbugalhados de impotência do maquinista desesperado. As rodas da locomotiva e os cães faziam tanto barulho quanto o meu coração. Era um barulho infernal dentro e fora de mim. Se bem que muitas vezes escutava apenas o coração manco que possuía.
Após me desvencilhar dos cães que amava joguei as chaves na mesa e chorei. Me despi também, embora já estivesse nu há muito tempo. Foi tanta vergonha que senti ao olha-me no espelho que apaguei todas as luzes e me lavei no escuro, fui escurecendo dentro de mim desde aquele dia.